Língua de sinais
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a enciclopédia livre.
...
Conversa
em língua de sinais.
...
Preservation
of the Sign Language(1913)
Uma língua de sinais (português brasileiro) ou língua
gestual (português europeu) é
uma língua que se utiliza de gestos, sinais e
expressões faciais e corporais, em vez de sons na comunicação. As línguas de sinais são de
aquisição visual e produção espacial e motora. São aslínguas naturais de cada comunidade de
Surdos, ao redor do globo. Há no mundo muitas línguas de sinais usadas como
forma de comunicação entre
pessoas surdas ou com
problemas auditivos. Muitas delas receberam oficial em vários países.
Índice
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As línguas de sinais no Mundo[editar | editar
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Assim como entre
os idiomas falados, é grande a variedade de línguas de sinais ao redor do
mundo.
Muitos linguistas se dedicaram a estudar
diferentes línguas gestuais, concluindo que estas apresentavam diferenças
consideráveis entre si. Deve-se levar em conta que diferenças culturais são
determinantes nos modos de representação do mundo. Assim, os surdos sentem as
mesmas dificuldades que os ouvintes quando necessitam comunicar com outros que
utilizam uma língua diferente.1
Cada país tem a
sua própria língua gestual. Tomando como exemplo alguns países lusófonos, vemos
que utilizam diferentes línguas de sinais: no Brasil existe a Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS), em Portugal existe a Língua Gestual
Portuguesa (LGP), em Angola existe aLíngua Angolana
de Sinais (LAS), em Moçambique existe a Língua Moçambicana de Sinais (LMS).
Além disso, da
mesma forma que acontece nas línguas faladas oralmente, existem
variações linguísticas dentro da própria língua de sinais, isto é, regionalismos e/ou sotaques. Essas variações se devem a ligeiras
diferenças culturais e influências diversas no sistema de ensinodo país, por exemplo. Há, inclusive, uma língua de
sinais pretensamente universal, análoga ao Esperanto, conhecida como Gestuno, que é usada em convenções e
competições internacionais.
Não se sabe
quando as línguas de sinais se iniciaram, mas sua origem remonta possivelmente
à mesma época ou a épocas anteriores àquelas em que foram sendo desenvolvidas
as línguas orais. Uma pista interessante para esta possibilidade das línguas de
sinais terem se desenvolvido primeiro que as línguas orais é o fato que o bebê
humano desenvolve a coordenação motora dos membros antes de se tornar capaz de
coordenar o aparelho fonoarticulatório. As línguas de sinais são criações
espontâneas do ser humano e se aprimoram exatamente da mesma forma que as
línguas orais. Nenhuma língua é superior ou inferior a outra, cada língua se
desenvolve e expande na medida da necessidade de seus usuários.
Também é comum
aos ouvintes pressupor que as línguas de sinais sejam versões sinalizadas das
línguas orais; por exemplo, muitos acreditam que a LIBRAS é a versão sinalizada do português; que a Língua
Americana de Sinais é a versão sinalizada do inglês; que a Língua Japonesa de
Sinais é a versão sinalizada do japonês; e assim por diante. No entanto,
embora haja semelhanças ou aspectos comum entre as línguas de sinais, devido a
um certo contágio linguístico, as línguas de sinais são autónomas, não
derivando das orais e possuindo peculiaridades que as distinguem umas das outras
e das línguas orais.
A língua de
sinais é tão natural e tão complexa quanto as línguas orais, dispondo de
recursos expressivos suficientes para permitir aos seus usuários expressar-se
sobre qualquer assunto, em qualquer situação, domínio do conhecimento e esfera
de atividade. Mais importante, ainda: é uma língua adaptada à capacidade de
expressão dos surdos.
Ver
página: Lista de línguas gestuais
Alfabeto dactilológico[editar | editar
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A difusão do alfabeto dactilológico de uma só mão entre os
ouvintes gerou a pressuposição de que esse alfabeto é a própria língua
de sinais, que há uma única língua de sinais e que essa língua é universal.
No entanto, o alfabeto dactilológico é apenas um suplemento das línguas
de sinais, cuja função é a soletração de palavras das línguas orais, tais como, nomes próprios, siglas,
empréstimos, etc.
De acordo om o Instituto
Nacional de Educação de Surdos (INES), o alfabeto
dactilológico usado atualmente no Brasil é um conjunto de 27 formatos, ou
configurações diferentes de uma das mãos, cada configuração correspondendo a
uma letra do alfabeto do português escrito,
incluindo o “Ç”.
É muito
aconselhável soletrar devagar, formando as palavras com nitidez. Entre as
palavras soletradas, é melhor fazer uma pausa curta ou mover a mão direita para
o lado esquerdo, como se estivesse empurrando a palavra já soletrada para o
lado. Normalmente o alfabeto manual é utilizado para soletrar
os nomes de pessoas, de lugares,
de rótulos, etc., e para os vocábulos não existentes na língua de
sinais.
Os sinais de pontuação, tais como, vírgulas, ponto final e de interrogação, às vezes, são desenhados no ar. Preposições e outras classes de palavras
de que a língua não dispõe são inseridas na sinalização por meio da
dactilologia, ou do alfabeto manual.
Línguas de sinais e línguas orais[editar | editar código-fonte]
Ao falarmos em
língua de sinais estamos a referir-nos a língua materna/natural de uma
comunidade de surdos, isto é, uma língua de produção manuo-motora e de recepção
visual, com vocabulário e gramática próprios, não dependente da língua oral,
usada pela comunidade surda e alguns ouvintes, tais como parentes de surdos,
intérpretes, professores e outros.
Aspectos comuns[editar | editar
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·
Arbitrariedade:
As línguas orais são maioritariamente arbitrárias, não se depreende a palavra
simplesmente pelo sua representatividade, mas é necessário conhecer o seu
significado. A iconicidade encontra-se presente nas línguas de sinais, mais do
que nas orais, mas a sua arbitrariedade continua a ser dominante. Embora, nas
línguas de sinais, alguns gestos sejam totalmente icónicos, é impossível, como
nas línguas orais, depreender o significado da grande maioria dos sinais,
apenas pela sua representação.
·
Comunidade:
As línguas orais têm uma comunidade que as adquirem, como língua materna, cujo
desenvolvimento se faz através de uma comunidade de origem, passando pela
família, a escola e as associações. Todas as línguas orais têm variações
linguísticas. Todas as línguas gestuais possuem estas mesmas características.
·
Sistema
linguístico: As línguas orais são sistemas regidos por regras.
O mesmo acontece com as línguas de sinais, conforme referenciado por Stokoe
(1960).
·
Produtividade:
As línguas orais possuem a características da produtividade e da recursividade,
sendo possível aos seus falantes nativos produzirem e compreenderem um número
infinito de enunciados, mesmo que estes nunca tenham sido produzidos antes.
Acontece o mesmo com as línguas de sinais, sendo encontradas a criatividade e
produtividade nas produções, por exemplo, da LGP, pelos seus gestuantes
nativos, parecendo não haver limite criativo.
·
Aspectos
contrastivos: As línguas orais possuem aspectos contrastivos,
isto é, as unidades fonológicas do sistema de determinada língua estabelecem-se
por oposições contrastivas, ou seja, em pares de palavras, em que a
substituição de uma unidade fonológica (um fonema) por outra altera o
significado da palavra (por exemplo: parra e barra). Acontece o mesmo nas
línguas de sinais, sendo que em vez de unidade fonológica, muda um pequeno
aspecto do gesto (por exemplo, na LGP:
método e liberdade).
·
Evolução e
renovação: As línguas orais modificam-se, como no caso das
palavras que caem em desuso, outras que são adquiridas, a fim de aumentar o
vocabulário e ainda no caso da mudança de significado das palavras. O mesmo
acontece nas línguas de sinais, a fim de responder às necessidades que a
evolução socio-cultural impõe (por exemplo, na LGP, os seis gestos de
"comboio", ou os gestos de "filme").
·
Aquisição:A
aquisição de qualquer língua oral é natural, desde que haja um ambiente
propício desde nascença. Na língua gestual acontece de igual forma, não tendo o
indivíduo surdo que exercer esforço para aprender uma língua de sinais, ou
necessidade de qualquer preparação especial.
·
Funções da
linguagem: As línguas orais podem ser analisadas de acordo
com as suas funções. O
mesmo acontece com as línguas de sinais. As funções são: a função referencial,a
emotiva, a conotativa, a fática, a metalinguística, e a poética.
·
Processamento:
Embora usando modalidades de produção e percepção, as línguas orais e de sinais
são processadas na mesma área cerebral.
Características próprias das línguas de sinais[editar | editar código-fonte]
Kyle e Woll
apontam algumas propriedades exclusivas das línguas de sinais, tais como o uso
de gestos simultâneos, o uso do espaço e a organização e ordem que daí
resultam. Assim, as línguas de sinais possuem uma modalidade de produção motora
(mãos, face e corpo) e uma modalidade de percepção visual.
Embora existam
aspectos universais, pelos quais se regem todas as línguas de sinais, a
comunicação gestual dos Surdos não é universal. As línguas de sinais, assim
como as orais, pertencem às comunidades onde são usadas, tendo apresentando
diferenças consideráveis entre as determinadas línguas.
As línguas de
sinais não seguem a ordem e estrutura frásicas das línguas orais, assim o
importante não é colocar um sinal atrás do outro, como se faz nas línguas orais
(uma palavra após a outra). O importante em sinais é representar a informação,
reconstruir o conteúdo visual da informação, pois os surdos lidam com memória
visual. As línguas de sinais possuem sua gramática própria, assim como as
línguas orais possuem as suas, sendo elas totalmente independentes.
Referências
1. Ir para cima↑ Para uma Gramática de Língua Gestual
Portuguesa, pág. 54.
Ligações externas[editar | editar
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·
Dicionário
Libras - Traz as imagens reais, na forma de pequenos
"filmes", o que facilita um aprendizado mais eficiente.
·
ProDeaf Web -
Tradutor automático de português para Libras
·
sur10.net -
o portal da surdez.
·
O Decreto de Dezembro de 2005 , que
garante a inclusão da LIBRAS, nos sistemas educacionais do Brasil.
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